Etimologia:
A palavra paradoxo tem origem no latim paradoxum, que é composto de para (contrário) e doxum (opinião). O termo latino, por sua vez, vem do grego parádoxon, que é formado por pará (oposto) e doxa (opinião). Assim, paradoxo significa algo como “contrário ao que se pensa”, “contrário às expectativas”.
Descrição:
O paradoxo, também conhecido com oxímoro, é uma figura de linguagem que “funde” conceitos opostos num mesmo enunciado. Ele pode ser descrito como a expressão de uma idéia lógica por meio do emprego de termos opostos entre si. Num enunciado paradoxal, noções mutuamente excludentes são postas em relação e/ou incidem sobre um mesmo referencial.
Tomemos como exemplo “vida” e “morte”, duas noções que se excluem mutuamente quando se referem a um mesmo ser (se há vida, não há morte; se há morte, não há vida). Identificamos um paradoxo construído a partir dessas duas noções no trecho de um texto que circula pela internet (e é indevidamente atribuído ao escritor Luis Fernando Veríssimo): “embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu”. Na realidade, sabemos que não há quase vida nem quase morte; ou se vive, ou se está morto. Entretanto, o autor utilizou essas duas concepções para ilustrar a reflexão a respeito da vida que não é plenamente vivida.
No campo da filosofia, o termo paradoxo foi consagrado pelos filósofos do estoicismo, que o empregavam para designar noções que à primeira vista pareciam contraditórias, mas, no fundo, revelavam-se bastante coerentes. O paradoxo é muito conhecido, mas é frequentemente confundido com a antítese. Para acabar com essa confusão, é fundamental ter em mente que no paradoxo os termos de sentidos contrários são usados em relação a um mesmo referencial, enquanto na antítese as palavras ou expressões de sentidos opostos aparecem relacionadas a referenciais diferentes.
Exemplos de paradoxo:
- Não é possível dormir e estar acordado ao mesmo tempo, portanto, essa frase traz um paradoxo que provavelmente diz respeito à distração da menina. A distração dela é tamanha que pode ser comparada ao estado de sono.
- Se todos os seres viventes estão fadados à morte, a cada dia que vivemos avançamos um pouco em direção a ela, pois não há outro fim possível.
- Aqui, riqueza e pobreza coexistem. Nesse exemplo de paradoxo, entendemos que o rapaz de quem se fala é rico de bens materiais, mas pobre de conhecimento da vida.
- Nesse exemplo, o compositor constrói um paradoxo com os verbos prender e soltar. A lógica é a seguinte: se o parceiro do eu-lírico quiser mantê-lo “preso” no relacionamento, será preciso “soltá-lo”, ou seja, oferecer liberdade para que ele sinta-se feliz nessa “prisão” voluntária.
Essa menina parece que dorme acordada.
Quanto mais vivemos, mais nos aproximamos da morte.
É só um pobre rapaz rico que não sabe nada da vida.
“Se você quiser me prender, vai ter que saber me soltar”
(Tiranizar – Caetano Veloso)