Etimologia:
O termo pleonasmo tem origem no grego. A partir de polys (muito) formou-se pleon, que por sua vez originou pleonasein, que significa “ser mais que o suficiente”. De pleonasein nasceu a palavra pleonasmos, que em português perdeu o “s” final e ganhou o significado de “redundância”.
Descrição:
O pleonasmo é uma figura de linguagem que caracteriza-se, basicamente, pelo emprego de palavras que produzem redundância. Ele pode ser dois tipos: literário ou vicioso.
- Pleonasmo literário – O pleonasmo literário consiste no uso de palavras redundantes com o objetivo de enfatizar o que está sendo dito. É chamado de literário porque é frequentemente empregado por escritores, poetas e compositores como recurso estilístico.
- Pleonasmo vicioso – Também chamado de perissologia. Acontece quando palavras redundantes são utilizadas sem nenhuma função, já que o sentido completo da mensagem já foi expresso por outras palavras que vieram antes. Como o próprio nome indica, o pleonasmo vicioso é um vício de linguagem.
Exemplos de pleonasmo:
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Pleonasmos literários
- O verbo “chovia” não precisa de complemento, mas o poeta quis deixar claro que não estava falando de uma chuva qualquer, mas de “uma triste chuva de resignação”.
- É de conhecimento geral que a água do mar é salgada, mas mesmo assim o poeta explicita que o mar é salgado. O leitor não precisava da informação, mas Pessoa precisava da expressão “mar salgado” para estabelecer uma relação poética entre o mar, o sal presente nele e o sal das lágrimas derramadas pela gente de Portugal.
- Não há necessidade de dizer que a pessoa “sorri um sorriso”, basta dizer que ela sorri. Entretanto, o compositor quis especificar que trata-se de um “sorriso pontual”. De modo semelhante, é desnecessário dizer que alguém usa a boca para beijar, mas ele fez questão de dizer que a pessoa “beija com a boca de hortelã”.
Chovia uma triste chuva de resignação
(Manuel Bandeira)
Ó, mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
(Fernando Pessoa)
Me sorri um sorriso pontual e me beija com a boca de hortelã.
(Chico Buarque)
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Pleonasmos viciosos
- O ato de subir só pode ser realizado para cima, então no exemplo bastava dizer que “todos subiram no palco”. De forma análoga, só se desce para baixo, só se entra para dentro e só se sai para fora, o que torna desnecessária qualquer palavra que pretenda explicitar o sentido em que essas ações são realizadas.
- Bastava o “vi”. Quem vê algo só pode ver através do seus próprios olhos, pois é impossível utilizar os olhos de outra pessoa.
- Se são fatos, significa que aconteceram. Logo, não precisa dizer que são “reais”.
Todos subiram em cima do palco.
Vi com meus próprios olhos.
É um filme baseado em fatos reais.